Duarte de Lima Mayer é advogado em Lisboa, escritor e editor na Building Ideas. Autor de uma obra marcada pela reflexão cívica, cultural e histórica, publicou “Uma Educação com Sentido – Uma reflexão sobre a Escola, hoje” (2009), “Cinema Tivoli, Memórias da Avenida” (2016), “Quo Vadis, Portugal? Testemunho de quem nasceu depois do 25 de Abril” (2021) e A Rainha Santa e o Mistério de São Cristóvão do Rio Mau (2025), este último a sua primeira obra de ficção.
Autor de um blog homónimo e cronista da Revista Lisboète, Duarte de Lima Mayer combina essencialmente a escrita ensaística com o olhar atento de quem observa o país entre a memória e o futuro.

No ano de 1325, Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, parte em peregrinação a Santiago de Compostela, após a morte de D. Dinis, o rei a quem dedicou uma vida de fidelidade e paz.
Pelo caminho, numa paragem junto ao Rio Mau, um encontro com um pássaro, uma truta e um monge revelam-lhe verdades profundas sobre o luto, a fé e a missão de uma vida inteira.
Já em Compostela, deposita a sua coroa aos pés do Apóstolo e regressa ao reino, dedicando-se à construção do Mosteiro de Santa Clara — inexplicavelmente erguido no leito vulnerável do Mondego.
Só mais tarde a sua aia revelará o segredo: Isabel vivera sempre como aquela truta, a nadar contra a corrente, e desejava que um dia o rio a levasse, enfim em paz, até ao oceano.
Dizem os pescadores da Figueira que, em noites de quarto minguante, uma sereia feliz pode ser vista nas águas calmas — será ela?